Ajude-nos a preservar a paisagem natural da zona de Pedrógão Grande! Diga NÃO ao parque fotovoltaico flutuante do Cabril!
Está a ser planeada a instalação de um parque flutuante de painéis solares fotovoltaicos no Rio Zêzere, na zona de Pedrógão Grande, sobre o espelho de água e com uma área prevista de 35,000 hectares.
Tal empreendimento pode comprometer seriamente a conservação de um dos maiores patrimónios naturais e paisagísticos da região centro!
A barragem do Cabril não é apenas um reservatório de água. É também um espaço de lazer, uma fonte de rendimento vital para a economia local, numa região onde a natureza e a biodiversidade se posicionam claramente no âmago de quase toda a atividade turística. Consequentemente, este parque fotovoltaico flutuante eliminará não só a atratividade desta região, mas também todo o seu potencial turístico.
Além do mais, este projeto levanta muitas questões sobre o seu próprio impacto ambiental, particularmente o perigo de um aquecimento anormal das águas do rio e uma perda de biodiversidade da sua fauna e flora.
A albufeira do Cabril tem ainda como utilidade o abastecimento de água potável para a Grande Lisboa, para os concelhos de Pedrógão Grande, da Sertã e de Castanheira de Pêra; este projeto poderá também, sem dúvida alguma, vir a ter um impacto negativo na qualidade da água para consumo humano.
Embora seja importante promover o uso de energias renováveis, projetos desta natureza devem ser planeados de forma responsável, considerando alternativas que não prejudiquem a natureza envolvente, a qualidade da água, os ecossistemas aquáticos e o potencial turístico da região. Existem outras alternativas de instalação de parques fotovoltaicos que não prejudicam nem o ambiente nem o bem-estar das comunidades locais e das populações. De facto, preservar e defender o Cabril é garantir um futuro sustentável e equilibrado para a nossa região!
Apelamos, portanto, às autoridades regionais que reavaliem este projeto e que procurem novas soluções que respeitem o valor ambiental e social da barragem do Cabril.
De acordo com o artigo 66.º da Constituição da República Portuguesa,
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Toda a pessoa tem direito a um ambiente de vida humano, saudável e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender.
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Para assegurar o direito ao ambiente, no quadro do desenvolvimento sustentável, incumbe ao Estado, através dos seus órgãos próprios e com o envolvimento e participação dos cidadãos:
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Prevenir e controlar a poluição e os seus efeitos e formas nocivas de erosão;
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Organizar e promover o ordenamento do território, tendo em vista a correta localização das atividades, o desenvolvimento socioeconómico equilibrado e a valorização da paisagem;
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Criar e desenvolver reservas e parques naturais e recreativos, bem como classificar e proteger paisagens e sítios, de forma a assegurar a conservação da natureza e a preservação dos valores culturais de interesse histórico ou artístico;
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Promover a utilização racional dos recursos naturais, salvaguardando a sua capacidade de renovação e a estabilidade ecológica, com respeito pelo princípio da solidariedade entre gerações;
É neste contexto que nós, como grupo de cidadãos, decidimos agir de forma a impedir o que consideramos um verdadeiro crime ambiental e paisagístico.
Apelamos a que seja dada a maior atenção a este caso nas esferas jurídica, ecológica, ambiental, turística e económica.